Projecto Memória Macaense ainda está vivo e lança novo fotoblog no primeiro dia de 2017

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Da esquerda, o autor do P.M.M. Rogério Luz, o primo João Estorninho e o irmão Álvaro Luz. Foto provavelmente de 1955 tirada na varanda de um prédio branco na Rua do Campo, em Macau, que não se sabe especificar qual era ele. Memórias assim motivam a criação do PMM.

Quando se pensava que o Projecto Memória Macaense (PMM) tinha morrido, eis que surge, 12 anos e 1/2 depois da criação do website, um novo fotoblog com seu nome a cumprir o trabalho de divulgação da Memória Macaense como seu foco preferencial. E o 1º de Janeiro de 2017 foi escolhido para montagem e lançamento da primeira publicação. Nesta vida, com saúde, melhor persistir do que desistir.

O website Projecto Memória Macaense criado em Junho de 2004 continuará a existir, embora nesta data esteja provisoriamente suspenso. Ao longo de 2017, será reconstruído e simplificado para ser o marco da iniciativa que na época foi destaque no meio da comunidade, antes do surgimento doFacebook e da antiga Orkut. Cumpria parte do trabalho que hoje essas redes sociais fazem mas precariamente espalhados em perfis avulsos ou grupos específicos fechados.

O fotoblog e o novo website terão índices e mapas de localização para assuntos específicos, para facilitar a busca. Pretende esta publicação reunir além do acervo do autor,  parte das fotos publicadas por usuários avulsos no Facebook que condizem com o tema de Memória Macaense.

Como está claro na página “Sobre”, o PMM é uma publicação independente e com uma linha editorial também independente. Despido de um ideal que se tinha no início, melhor raciocina no que o autor acredita e sente satisfação em divulgar, tal como a foto acima, para lembrar a sua infância.

O PMM sobrevive sózinho, sem pedir ou contar com subsídios e patrocínios, não tem publicidade paga e nem a precisa, e outros tantos casos que envolve dinheiro, embora aceite/aceitava apoio pontual para cobrir determinado evento, como já aconteceu há um bom tempo atrás. Hoje nos tempos de ‘vacas magras’, esses apoios pontuais já acabaram e o autor nem os pede. O único combustível do PMM é a satisfação que o autor sente ao fazer uma publicação, e vai sobrevivendo enquanto o ‘tanque’ estiver cheio de vigor e de saúde. Não tem a função de atender retóricas conhecidas na imprensa do papel sugerido às publicações macaenses ou similares na net, ou de representatividade, e assim por diante.

Macau está muito distante da residência do autor, noutro lado do mundo. A última vez que a visitei foi em 2010, por ocasião do Encontro das Comunidades Macaenses, tendo sido incentivado pelo apoio obtido. Fiz vasta cobertura dos eventos e conservo um enorme acervo de imagens dessa edição e das anteriores, e que serão paulatinamente divulgadas. Para as edições posteriores a 2010, infelizmente não farão parte da memória do PMM  que nesses casos tenho preferência por fotos autorais e a cobertura ‘in loco’.

Este fotoblog prioriza a imagem com pouco texto. As publicações mais completas da memória macaense e de Macau continuarão a ser feitas noutro blog do autor – Crónicas Macaenses, que já conta com mais de 500 mil visualizações.

Para melhor esclarecimento a quem está fora do meio, Macau referido no PMM, foi um território português no Sul da China por cerca de 440 anos. A transferência pacífica da soberania de Portugal para a China ocorreu em Dezembro de 1999. No Brasil há uma outra Macau, localizada no Estado do Rio Grande do Norte. O autor do PMM esteve lá para levar um abraço macaense aos simpáticos amigos macauenses, e foi muito bem recebido pelo prefeito e pela população, a quem não cansa de agradecer. No entanto a visita despretensiosa foi ignorada por Macau, hoje chinesa, e pelas instituições macaenses, apesar de ter feito ampla divulgação no meu blog e na imprensa local. Apenas amigos souberam reconhecer a iniciativa própria e exclusiva, tomada apenas pela vontade antiga do autor em conhecer esse irmão da sua terra natal. Valeu muito mais ter dado um aperto de mão e abraço aos macauenses do que qualquer palavra protocolar de quem ignorou, seja por qual motivo. Imagens desta visita farão parte da Memória Macaense ou Memória Macauense neste fotoblog.

No Brasil também há outros macaenses além de nós imigrantes, porém são da cidade de Macaé no Estado do Rio de Janeiro. Assim, caros visitantes de Macaé, macaense aqui referido é aquele que é natural (ou não) de Macau ou descendente, mas, basicamente ou principalmente, de nacionalidade portuguesa ou que tenha sido naturalizado, ou  que tenha estudado em escola portuguesa (embora nem sempre), ou tenha nome português, ou com sobrenome/apelido chinês e daí por diante, muitos etc etc. São incontáveis detalhes!  O chinês de Macau não se considera macaense, mas simplesmente “chinês de Macau“. A polêmica da definição de quem é ou não é macaense é enorme, e o PMM prefere não tocar no assunto por enquanto e pede desculpas a quem que se julga macaense mas não foi enquadrado no exposto acima. Seja macaense, se você assim se considera e se qualifica. Até os tempos da administração portuguesa, basicamente, a definição era essa, depois … é outra história

A população mundial de macaenses e seus oriundos é de apenas milhares, poucos milhares. Na minha época quando residente, nos anos 60, a população macaense e portuguesa contava com menos de 30 mil pessoas no meio de uma população de mais de 200 mil, a maioria chinesa. Não acredite em quem cita milhões por ‘estudos científicos’, vivendo no mundo da lua! Pelos parâmetros adotados, os brasileiros seriam bilhões (mil milhões) por aí, ou todo sudeste asiático seria macaense. Vamos por os pés no chão!

Talvez as minhas publicações sejam as únicas que misturam o português escrito e falado no Brasil, por ser o País sede e de residência, e a língua mãe de Portugal, para uma melhor compreensão dos leitores de países lusófonos. Nem sempre estará de acordo com as normas do acordo ortográfico, mas não é proposital, e minhas desculpas por eventuais erros gramaticais ou de redação.

Assim sigamos em frente, que a Memória Macaense precisa de um lugar específico reunindo imagens localizáveis, para falar de onde veio o autor e seus conterrâneos, e como era essa gente macaense, que hoje e no futuro vai se dissipando e adquirindo novo perfil, até a possível extinção tal como muitos povos que se extinguiram. Algo inevitável!

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Àos meus pais macaenses naturais de Macau, Álvaro e Marcelina da Luz, dedico o PMM à vossa memória. Foto em Macau nos anos 60.

2 comentários

  1. Caríssimo Sr. Rogério P. D. da Luz,
    Tenho seguido nos primeiros tempos o seu projecto, aquando da sua recente criação. Foi e é de facto um projecto grandioso e de grande valor histórico. As suas compilações de eventos, fotografias e/ou documentos fazem o leitor reviver os tempos que já lá vão. Como macaense nascido, crescido e radicado em Macau sinto-me orgulho em fazer parte dessa comunidade. Faço votos que o seu projecto siga sempre em frente com incansável entusiasmo e que o espólio das suas memórias possam deixar à posteridade para as gerações vindouras, porque tudo isto contribui e faz parte integrante da História de Macau ou melhor a nossa História. Como diz em brasileiro “Parabenizo”o seu trabalho de grande mérito em prol da causa macaense”
    Um abraço
    Humberto

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