Em Macau, a volta da festa e procissão em honra a Nossa Senhora dos Remédios

ESTE ANO, NA FESTA EM HONRA DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS,
A PROCISSÃO VOLTOU A SAIR À RUA

Texto e fotografias de Manuel V. Basílio

Este ano, realizou-se no dia 8 de Outubro, na igreja de São Lourenço, a festa em honra de Nossa Senhora dos Remédios, que até meados do século passado era a principal festa da paróquia de São Lourenço, precedida de novena. Outrora, essa festa começava no domingo de Páscoa, realizando-se no fim, numa segunda-feira, a procissão, promovida pela Confraria da Nossa Senhora dos Remédios, que é tida como a mais antiga Confraria da cidade de Macau, porquanto os seus estatutos foram confirmados por bula do Papa Urbano VIII, em 2 de Outubro de 1626. Por conseguinte, dentro da igreja existe um altar dedicado a Nossa Senhora dos Remédios, localizado no braço norte do transepto.

Em tempos idos, a Festa de Nossa Senhora dos Remédios era muito participada por paroquianos, destacando-se sobretudo os macaenses que viviam naquela zona da cidade. Por motivos vários, a procissão de Nossa Senhora dos Remédios deixou de se realizar há mais de meio século e, desde então, a Festa cingiu-se à novena e à celebração de uma missa.

No passado dia 8 de Outubro, porém, viu-se que a igreja estava repleta de fiéis chineses, com poucos macaenses presentes, para participarem na missa cantada e rezada, em cantonense, que se iniciou pelas 09:00 horas e, finda a qual, saiu a procissão, que percorreu o seguinte itinerário: Rua do Padre António, Calçada da Paz, Calçada do Bom Jesus, Avenida da Praia Grande, subindo depois pela Travessa do Pe. Narciso para regressar à igreja.

Apesar da chuva miudinha, que não cessou de cair, e de estar içado o sinal de tufão nº 3, a procissão não foi cancelada e foi acompanhada por muitos fiéis.

De recordar que, nos recentes anos, a Festa de Nossa Senhora dos Remédios constava de novena e missa e, quando havia procissão, esta realizava-se dentro e à volta do recinto da igreja.

Foi, sem dúvida, uma boa iniciativa, porquanto algumas procissões, que deixaram de se realizar a partir de meados dos anos 60 do século passado, foram reactivadas pelo actual Bispo da Diocese.

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